Vinte e quatro de abril, domingo de páscoa, feriado. Tarde agradável e a cidade com pouco movimento. Graças a isso não demorei nada a chegar na casa InfernoClub, que mais uma vez recebeu um show internacional: The Almost. Eu não sei se fui só eu, mas alguém mais aí sentiu a ironia de uma banda cristã tocar num lugar chamado Inferno?
Enfim, vamos ao que interessa.
Assim que entrei na casa a banda Vowe começava a tocar o seu primeiro acorde. A banda que como o próprio vocalista Yuri Nishida disse, não tem ainda um disco, mas mostrou toda a capacidade em um show curto, mas muito conciso e muito bem tocado, afinal estamos falando de uma banda assinada pela Midas Music, de Rick Bonadio. Um show de verdadeiro rock para os poucos presentes na casa, mas infelizmente para os ânimos da galera.
Não era tarde quando a Vowe desceu do palco. Por sinal, era tão cedo, que algumas pessoas chegariam atrasadas, ou no caso de uma menina, que perdeu completamente o show do The Almost.
Com poucos roadies, subiram ao palco (acompanhados de muitos gritos) os cinco integrantes da banda e eles mesmos plugaram e testaram seus equipamentos, coisa que não se vê sempre com bandas de fora, e com algumas bandas daqui.
Nessa altura, a galera havia se exprimido na beira do palco, deixando metade da casa tranqüila e mal preenchida.
Depois de algum atraso, graças aos microfones que nunca eram ligados pelo técnico de som, e com a casa um pouco mais cheia, Aaron Gillespie anuncia a banda, pergunta se as pessoas estão prontas para agitar, e começa o show.
Monster Monster, primeiro single do último disco da banda foi também a primeira música da noite. Visivelmente os integrantes da banda, principalmente Aaron, ainda sem a guitarra, muito agitados, quando no primeiro refrão a primeira surpresa: Aaron se joga na galera, some e sobe totalmente descabelado e com o pique ainda maior.
O agito seguiu com a música Lonely Wheel, desta vez, com três guitarras e com direito até a uma “vogueada” de Aaron. Uma pauzinho pra papear aqui e o vocalista solta, “Nós sabemos muito sobre o Brasil, sabemos que é um país muito quente”, mostrando que aprendeu pelo menos uma coisa quando veio pra cá junto da Underoath. Brincadeiras a parte, tanto minha, quanto dele, o assunto do calor não é de menos. A banda vem da Flórida e foi uma puxada de assunto para poder tocar Southern Weather (clima do sul, em português), que fez a galera cantar em alto e bom som a faixa que recebe o nome do disco de estréia do grupo. Quando surge a segunda surpresa do show: Uma pessoa surge do meio da galera, sobe ao palco e tenta tascar um beijo em Aaron, que rapidamente se esquiva da situação e faz uma cara de “Esse louco tentou me beijar?”. Tudo bem, o cara se ajoelhou na frente dele e não atrapalhou ninguém, até que resolveu descer do palco.
Na seqüência o quinteto tocou a música No, I Don’t seguida pela primeira pausinha do show com Dirty And Left Out, que Aaron escreveu em um momento ruim da sua vida e buscava uma espécie de reconciliação com Deus. Nesta foi possível ouvir todas as vozes da casa cantando juntos, de mãos ao alto, com todas as forças.
A emoção seguiu com a música Young Again, e sem perder o pique, a banda claramente se divertia no palco e estava vivenciando um grande momento, e o frontman mostrou estar com a voz afiada.
Mais uma pausa e Aaron lembrou que era domingo de páscoa e que este dia era um grande dia para ele, pois marcava o renascimento de Jesus: “Há muito tempo atrás Ele fez o impossível e retornou à Terra” e que esse feito era “Surpreendente por si só”, ou em inglês Amazing Because It Is, que seria a próxima música. Seria, até pelo menos o guitarrista Dusty o tocar no ombro e falar que não era essa música ainda, e sim o cover de Tom Petty da música Free Falling, que foi divulgada pela banda através da coletânea Punk Goes Classic Rock. Após o cover, também cantado pela galera (quase inteira), mostrando que onde a banda se manifesta os fãs estão lá, seria finalmente a vez de Amazing Because It Is, e Aaron contou toda a história de novo, em “fast forward”. Esta que conta com um trecho do hino cristão “Amazing Grace” na música, foi cantada à capella pela galera em certas partes.
O show se aproximava do final quando a banda tocou o carro chefe Say This Sooner, fazendo a galera voltar a pular e a se espremer em busca de um lugarzinho mais próximo dos ídolos, mandando na seqüência o hino Hands, crescendo ainda mais o agito com gritos e pulos do público, que gerou o delírio de de dois fãs que subiram ao palco, e que não sei dizer ao certo se agradou muito o vocalista, mas o resto da banda pareceu se divertir, principalmente quando outro ser rouba o microfone e grita sem parar. Microfone recuperado por um roadie e a música termina com um “Goodnight” (Boa noite) e a banda mal havia saído do palco e a casa gritava por mais uma música: “One more song, one more song”.
As luzes permaneciam apagadas quando ressurge no palco a banda para mais uma. Sim, apenas mais uma. Talvez se a galera tivesse gritado “five more songs”, quem sabe não tocariam mais cinco?
Os acordes de Monster soam levando todos os presentes àquele momento de que o show estava acabando, que era hora de curtir os últimos momentos e cantar com o máximo das gargantas. Ótima escolha para terminar o show.
A banda recolhe seu material, tira algumas fotos, joga palhetas, baquetas, set lis e qualquer tipo de lixo que fazem dos fãs quem são, e deixa o palco.
Aquele havia sido um momento inesquecível. Talvez a melhor páscoa para muitos, onde em um feriado cristão, uma das bandas que mais colocam explicitamente em suas músicas a base do cristianismo, veio aqui, e deu uma verdadeira lição de música.
Talvez um momento único, considerando a quantidade de pessoas no local ter sido baixa, talvez pelo feriado, talvez pela banda não ser tão popular como a Underoath (sem querer fazer qualquer tipo de comparação, apenas comparando a quantidade de público), nos fazendo supor que dificilmente eles voltarão. E eu espero muito queimar minha língua.
Resenha por: Vitor Dechem
fonte:. http://www.mpsirock.com.br/
Enfim, vamos ao que interessa.
Assim que entrei na casa a banda Vowe começava a tocar o seu primeiro acorde. A banda que como o próprio vocalista Yuri Nishida disse, não tem ainda um disco, mas mostrou toda a capacidade em um show curto, mas muito conciso e muito bem tocado, afinal estamos falando de uma banda assinada pela Midas Music, de Rick Bonadio. Um show de verdadeiro rock para os poucos presentes na casa, mas infelizmente para os ânimos da galera.
Não era tarde quando a Vowe desceu do palco. Por sinal, era tão cedo, que algumas pessoas chegariam atrasadas, ou no caso de uma menina, que perdeu completamente o show do The Almost.
Com poucos roadies, subiram ao palco (acompanhados de muitos gritos) os cinco integrantes da banda e eles mesmos plugaram e testaram seus equipamentos, coisa que não se vê sempre com bandas de fora, e com algumas bandas daqui.
Nessa altura, a galera havia se exprimido na beira do palco, deixando metade da casa tranqüila e mal preenchida.
Depois de algum atraso, graças aos microfones que nunca eram ligados pelo técnico de som, e com a casa um pouco mais cheia, Aaron Gillespie anuncia a banda, pergunta se as pessoas estão prontas para agitar, e começa o show.
Monster Monster, primeiro single do último disco da banda foi também a primeira música da noite. Visivelmente os integrantes da banda, principalmente Aaron, ainda sem a guitarra, muito agitados, quando no primeiro refrão a primeira surpresa: Aaron se joga na galera, some e sobe totalmente descabelado e com o pique ainda maior.
O agito seguiu com a música Lonely Wheel, desta vez, com três guitarras e com direito até a uma “vogueada” de Aaron. Uma pauzinho pra papear aqui e o vocalista solta, “Nós sabemos muito sobre o Brasil, sabemos que é um país muito quente”, mostrando que aprendeu pelo menos uma coisa quando veio pra cá junto da Underoath. Brincadeiras a parte, tanto minha, quanto dele, o assunto do calor não é de menos. A banda vem da Flórida e foi uma puxada de assunto para poder tocar Southern Weather (clima do sul, em português), que fez a galera cantar em alto e bom som a faixa que recebe o nome do disco de estréia do grupo. Quando surge a segunda surpresa do show: Uma pessoa surge do meio da galera, sobe ao palco e tenta tascar um beijo em Aaron, que rapidamente se esquiva da situação e faz uma cara de “Esse louco tentou me beijar?”. Tudo bem, o cara se ajoelhou na frente dele e não atrapalhou ninguém, até que resolveu descer do palco.
Na seqüência o quinteto tocou a música No, I Don’t seguida pela primeira pausinha do show com Dirty And Left Out, que Aaron escreveu em um momento ruim da sua vida e buscava uma espécie de reconciliação com Deus. Nesta foi possível ouvir todas as vozes da casa cantando juntos, de mãos ao alto, com todas as forças.
A emoção seguiu com a música Young Again, e sem perder o pique, a banda claramente se divertia no palco e estava vivenciando um grande momento, e o frontman mostrou estar com a voz afiada.
Mais uma pausa e Aaron lembrou que era domingo de páscoa e que este dia era um grande dia para ele, pois marcava o renascimento de Jesus: “Há muito tempo atrás Ele fez o impossível e retornou à Terra” e que esse feito era “Surpreendente por si só”, ou em inglês Amazing Because It Is, que seria a próxima música. Seria, até pelo menos o guitarrista Dusty o tocar no ombro e falar que não era essa música ainda, e sim o cover de Tom Petty da música Free Falling, que foi divulgada pela banda através da coletânea Punk Goes Classic Rock. Após o cover, também cantado pela galera (quase inteira), mostrando que onde a banda se manifesta os fãs estão lá, seria finalmente a vez de Amazing Because It Is, e Aaron contou toda a história de novo, em “fast forward”. Esta que conta com um trecho do hino cristão “Amazing Grace” na música, foi cantada à capella pela galera em certas partes.
O show se aproximava do final quando a banda tocou o carro chefe Say This Sooner, fazendo a galera voltar a pular e a se espremer em busca de um lugarzinho mais próximo dos ídolos, mandando na seqüência o hino Hands, crescendo ainda mais o agito com gritos e pulos do público, que gerou o delírio de de dois fãs que subiram ao palco, e que não sei dizer ao certo se agradou muito o vocalista, mas o resto da banda pareceu se divertir, principalmente quando outro ser rouba o microfone e grita sem parar. Microfone recuperado por um roadie e a música termina com um “Goodnight” (Boa noite) e a banda mal havia saído do palco e a casa gritava por mais uma música: “One more song, one more song”.
As luzes permaneciam apagadas quando ressurge no palco a banda para mais uma. Sim, apenas mais uma. Talvez se a galera tivesse gritado “five more songs”, quem sabe não tocariam mais cinco?
Os acordes de Monster soam levando todos os presentes àquele momento de que o show estava acabando, que era hora de curtir os últimos momentos e cantar com o máximo das gargantas. Ótima escolha para terminar o show.
A banda recolhe seu material, tira algumas fotos, joga palhetas, baquetas, set lis e qualquer tipo de lixo que fazem dos fãs quem são, e deixa o palco.
Aquele havia sido um momento inesquecível. Talvez a melhor páscoa para muitos, onde em um feriado cristão, uma das bandas que mais colocam explicitamente em suas músicas a base do cristianismo, veio aqui, e deu uma verdadeira lição de música.
Talvez um momento único, considerando a quantidade de pessoas no local ter sido baixa, talvez pelo feriado, talvez pela banda não ser tão popular como a Underoath (sem querer fazer qualquer tipo de comparação, apenas comparando a quantidade de público), nos fazendo supor que dificilmente eles voltarão. E eu espero muito queimar minha língua.
Resenha por: Vitor Dechem
fonte:. http://www.mpsirock.com.br/